sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Expiação

Que as palavras,
em ti,
cresçam,
para que possas falar,
à altura dos teus sonhos.
Que esses sonhos,
sejam tão grandes,
que possam esmagar,
tão enormes palavras.
Que nada fique para dizer.
E talvez,
possas expiar,
a culpa,
de seres,
muito menos,
do que aquilo,
que poderias,
e deverias ser...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

À TUA ESPERA

Volto sempre,
ao mesmo local.
Sento-me,
na mesma mesa.
Peço,
a mesma bebida.
E fico,
à tua espera.
Escolho,
as palavras,
ensaio,
as poses,
conto,
as horas.
E fico,
à tua espera.
Eu sei,
que,
não vens.
Eu sei,
porque partiste.
Eu sei,
que a culpa,
foi minha.
Mas mesmo assim,
fico,
à tua espera.

LUZ

Ás vezes,
os momentos,
fogem-nos,
as palavras,
tornam-se fugazes,
a boca,
fecha-se,
fechando em nós,
a Alma.
A noite encerra-se,
nos gestos,
tornando frias,
as mãos,
deixando nua,
a pele.
E nem,
o teu olhar,
nem o teu,
peito aberto,
me traçam,
o destino.
Mas sei,
juro,
que sei,
mesmo que,
a noite,
nunca acabe,
que esperas,
por mim,
até,
ser dia.


sábado, 14 de maio de 2011

TEUS OLHOS

Mostra-me,
o que os teus olhos,
escondem,
quando,
nos meus braços,
paras o tempo,
e fazes,
das palavras reféns,
do vermelho,
dos teus lábios.
Deixa,
que me digam,
os caminhos,
de ti,
o que tatuas,
na alma,
enquanto,
as minhas mãos,
provam,
o sabor,
da tua pele.
E quando,
rendidos
à minha ousadia,
faz do ventre,
o meu olhar,
que eu faço,
do meu corpo,
o teu.

domingo, 1 de maio de 2011

Sem retorno

Já não olhas para trás,
segues sem rumo.
Perdido,
no que o vento,
te traz,
como um pedaço,
de fumo.
Já não tens medo,
traças tu,
o caminho.
E até o segredo,
contigo,
fica sozinho.
Já não sabes,
que norte,
o desnorte te traçou,
e com um pouco de sorte,
foi ele,
que te abandonou.
Já só,
do silêncio,
falas,
contas uma história,
só tua,
e mesmo nas pausas,
em que te calas,
já não tens sol,
apenas lua.
Gostava de te dar a mão,
mostrar-te,
de novo,
o caminho,
para que soubesses,
irmão,
que não caminhas,
sozinho.



segunda-feira, 11 de abril de 2011

PALMA DA MÃO

Mão que aperta,
triste,
os segredos,
na verdade incerta,
dos nós, 
dos teus dedos.
Palavras caladas,
escondidas,
de ti,
poemas,baladas,
histórias,
que não li.
De nada,
um pouco,
onde tudo,
cabe,
na pele,
de um louco,
que não diz,
o que sabe.
Pedaços de dor,
tristeza,
solidão,
restos de amor,
na palma da mão.







domingo, 10 de abril de 2011

BOÉMIA

Lança os dados,
foge da sorte,
canta o fado,
engana a morte.
Fala à lua,
revela,
teus segredos,
e às pedras da rua,
atira,
teus medos.
Faz-te viela,
num beco,
perdido,
dorme com ela,
acorda,
esquecido.
Diz adeus,
à despedida,
mostra a todos,
a madrugada,
e já com a noite,
perdida,
dá um beijo,
à alvorada.